quinta-feira, 26 de abril de 2012

Intenções

Recebi ontem esta oração. Ela tem uma força especial, espero que todos aproveitem:



            A importância das intenções

     Abu Hamid Mohamed al-Ghazali, filósofo e teólogo muçulmano, nascido na Pérsia no século XI, escreveu: "Presta atenção, filho meu, e medita sobre as minhas palavras. Se soubesses que hoje viria visitar-te o soberano, que farias? Certamente te dedicarias ao requinte e à elegância, a fim de receberes com dignidade sua augusta presença. Usarias teu melhor vestiário, reorganizarias teus mais preciosos mobiliários, para que o soberano tudo observasse. Neste momento, ouve-me filho, pois te considero suficientemente inteligente para interpretar minhas palavras: Deus não olha para os teus atos nem para a tua imagem externa. Deus apenas observa o teu coração e as tuas intenções."
     Somos vistos pela Divina Providência pelos "olhos do amor" e avaliados conforme nossas características distintas, ou seja, nossa singularidade. O presente não é simplesmente, uma cópia carbonada de fatos passados, e sim uma doação de novos aspectos a serem por nós incorporados. Cada dia nos concede uma visão ampliada da realidade. Somos, portanto, expressões individualizadas da Infinita Sabedoria. Ninguém, é hoje a criatura que foi ontem.
     O Poder da Vida, para julgar-nos, avalia o "nível de consciência"  em que estamos estagiando no momento. Analisa a síntese das mensagens ou experiências que acumulamos através das diversas etapas evolutivas por onde transitamos em nossa jornada de almas imortais em busca de crescimento.
     O grau de intencionalidade é um fator imprencindível na medição do nosso merecimento, principalmente em se tratando de auxílio e socorro espiritual. Não podemos falar de forma efetiva em eficácia da prece, sem levarmos em conta a sinceridade e a intenção com que nos envolvemos nossos atos e atitudes.
     A Vida Providencial é sábia e justa e age em cada criatura de maneira dessemelhante, levando em conta sua individualidade. O agravamento das falhas ou dos erros é sempre proporcional ao conhecimento que se possui. Tanto é verdade que levou Paulo de Tarso a endereçar uma carta a Timóteo, na qual afirma:"(...) nosso Senhor, que me julgou fiel, tomando-me para seu serviço, a mim que outrora era blasfemo, perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia, porque agi por ignorância, na incredulidade (...)".
     Ora, a "sinceridade do sentimento" e a "unanimidade da intenção" têm tudo a ver com o grau de "maturidade da alma" ou do seu "estágio evolutivo".
     O amparo divino advém de nossa integridade. De nossa sinceridade ou honestidade para com nós mesmos. Da percepção de nossas intenções.
     Em várias ocasiões, abrimos mão de nossa integridade, por diversos motivos. Na realidade, ser íntegro é viver a inteireza do Espírito, sem falsidade ou vergonha, jamais querendo mostrar aos outros algo que não somos. Nosso jeito de ser, muitas vezes, não condizia com os pontos de vista ou com os valores comuns de nossa família ou da sociedade a qual pertencíamos. Muitos de nós, durante grande parte de nossas vida, podemos ter ocultado tudo aquilo que denominamos "nossos defeitos".
     Fizemos um julgamento precipitados de nós mesmos, sufocando nossa força vital, nossa sinceridade e naturalidade.
     Mas com o transcorrer dos anos, esses autojulgamentos inadequados podem ser corrigidos. Uma das graças que o tempo nos proporciona é a descoberta de que muitas das coisas que antes acreditávamos ser nossos pontos frágeis oportunamente se transformaram em pontos fortes, e outras tantas coisas que guardávamos como sendo valiosas acabaram por revelar-se pontos fracos. Sentimentos que durante anos não aceitávamos em nós hoje saõ esteio e amparo para o nosso futuro. Se formos francos e honestos com nós mesmos, conseguiremos exalar uma "aura de integridade", pois o crescimento espiritual acontece quando reconhecemos nossa realidade e os valores só nossos.
     Devemos ser fiéis ao que é importante para nós e sempre nos lembrar de como é ser inteiro. Como é sentir e chorar, tomar iniciativa e ter opinião própria. Não devemos deixar ninguém abalar nossas convicções, como também não tentar convencer outras pessoas a aceitarem nossos valores. O correto é respeitarmos a nossa realidade, bem como a dos outros; assim viveremos na paz que a integridade proporciona.
     Amadurecer na generalidade pode significar reconhecer ou aceitar que todos nós temos dois lados de todas as coisas. Temos atitudes de medo e coragem, de raiva e determinação, de egoísmo e generosidade, de fragilidade e consciência. Todas essas atitudes não se anulam mutuamente ou por si mesmas. Na verdade, elas nos exercitam a alcançar o equilíbrio e respostas diante das dificuldades de nossa vida, dentro e fora de nós mesmos. Às vezes, a vulnerabilidadeé o nosso poder; nossa raiva transforma-se em determinação e o nosso estado depressivo pode ser o caminho para o reencontro com nossa integridade. Talvez esse modo   de ver tenha levado Paulo de Tarso a dizer: "(...) Por conseguinte, com todo o ânimo prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que pouse sobre mim a força do Cristo, (...) Pois quando sou fraco, então é que  sou forte".
     "(...) Ora, não credes que basta pronunciar algumas palavras para afastar os maus Espíritos(...)" O que atrairá vibrações positivas ou uma "aura de defesa" para todos nós será a sinceridade de nossas intenções.
     A Misericórdia Divina jamais negará proteção a sua criaturas, mas o amparo é sempre equivalente à expansão de nossa consciência, quer dizer, corresponde à nossa capacidade de discernir, avaliar e entender as leis naturais, dentro e fora de nós.
                                                                                    Hammed

domingo, 22 de abril de 2012

Nostalgia

Interessante como está na moda a Nostalgia. Virou moda festas anos 80 e 90, músicas revisitadas e discussões sobre esse período.

Sempre tentamos nos ligar ao passado, ao tempo em que achávamos que não tinhamos problemas, em que éramos crianças ou adolescentes e que nossas preocupações se resumiam a conflitos escolares, com amigos e divergências com nossos pais. Claro que, há diversas pessoas que já enfrentavam dificuldades com pais se separando, falta de grana e outras, mas nos geral a realidade era de problemas que hoje parecem bem pequenos.

Também gosto de me lembrar desses anos, das músicas em especial. As danças lentas, as coreografias das músicas dançantes e as festas da escola.

Muito bom lembrar dessa época com uma nostalgia saudável, sem querer necessariamente voltar no tempo.

Alguns filmes da época: A garota rosa shocking, Curtindo a vida a doidado, O guarda-costas, Ghost... e muitos outros. Algumas músicas: Neverending Story (essa era minha), Liberty, Words don't come easy, Sexo, Meu erro, Índios, Quase sem querer, etc. 

Bom, relembremos sempre de nossos momentos felizes, da formação do que somos hoje, dos amigos que fizemos...

Segue um link pra matar saudade... http://www.youtube.com/watchv=3EmisAkl80U&feature

Vida Real

Como nos assustamos diante de situações que nos tiram a certeza da trilha que percorremos em nossas vidas! Como podemos nos sentir sozinhos mesmo cercados de nossas famílias e amigos? Como podemos nos sentir sem propósito ou sem projetos diante da maior realização de nossas vidas?


Estes questionamentos aparecem em diversos momentos da vida e desviam nossa atenção daquilo que nos propusemos, além de nos abrir portas para novas possibilidades de encantamento, ilusórias ou não. Transformam certezas em dúvidas, alegrias em tristeza, realidade em farsa. As sensações de felicidade passam a ser questionadas, os momentos felizes também.


Raiva, ira, amor, exposição, planos, dúvida, gratidão, admiração, responsabilidade, tudo se mistura e enevoa a mente, aperta o coração, dá um nó na garganta. As oscilações são constantes, ir ou ficar, falar ou se calar.


Muito procuramos ler e discutir em períodos de conflitos, tentando elucidar os pensamentos e sentimentos. Tentamos justificar nossas ações, às vezes conseguimos, às vezes pioramos ainda mais a situação. Mas sabe-se que a tentativa é de abrandar as emoções, apaziguar o coração.


Este é apenas o 1º post. Um tanto melancólico, mas já preparando para os demais que serão bastante alegres.

Um poema de Neruda que quero compartilhar:


Se Me Esqueceres


Quero que saibas uma coisa.
Sabes como é:
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.

Mas agora,
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco.
Se de súbito
me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido.

Se julgas que é vasto e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.

Porém, se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor, ai minha amada,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.

Pablo Neruda, in "Poemas de Amor de Pablo Neruda"